segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Ampliação, a única solução para o aeroporto de Navegantes

A densa névoa que vem do mar provocou na última semana – segundo relatório fechado na sexta-feira – o cancelamento de 44 voos no Aeroporto Ministro Victor Konder, de Navegantes, que tem uma média de 28 pousos e decolagens diárias. O nevoeiro impede a visualização da pista, por parte dos pilotos, e impossibilita operações seguras.

Enquanto o movimento de aeronaves nos céus da região diminuía, em terra aumentava o número de passageiros insatisfeitos. Segundo especialistas, equipamentos mais novos e modernos poderiam minimizar o problema. Mas falta espaço para instalá-los em Navegantes.

_ Em nosso cenário atual, não temos possibilidade de implantação. Não por falta de recursos, mas pela limitação do sítio aeroportuário _ diz o superintendente da Infraero em Navegantes, Marco Aurélio Zenni.

Hoje, o aeroporto opera com o sistema Rádio Farol não direcional, que ajuda nos procedimentos de pouso e decolagem, mas não faz diferença em dias de nevoeiro. Um pouco mais avançado, um equipamento de VOR (Omnidirectional Range Radio) está instalado em Navegantes, mas ainda precisa ser homologado pela Aeronáutica para que passe a operar _ o que pode ocorrer em dois meses.

_ O VOR é mais preciso do que o sistema usado atualmente, mas não influencia em casos de redução de visibilidade e teto _ diz João Carlos Mattioda, major da Aeronáutica especialista em controle de tráfego aéreo e professor de Ciências Aeronáuticas da Universidade Tuiuti, no Paraná.

Segundo ele, a solução para melhorar a viabilidade de pousos e decolagens com neblina é a instalação de outro tipo de aparelho, o ILS (Instrument Landing System, ou Sistema de Pouso por Instrumentos). O equipamento é usado em aeroportos como o Galeão (RJ), Afonso Pena (PR) e Guarulhos (SP) _ que testa a versão mais avançada do sistema.

Além de aviões e tripulações aptas a operar por instrumentos em condições de baixa visibilidade, o ILS também exige espaço para a instalação de antenas nas cabeceiras _ justamente o que falta em Navegantes.

Sistema mais barato em teste

Embora melhore as condições de operação e diminua a frequência de fechamentos do aeroporto decorrente de neblina, o ILS não é suficiente para garantir pousos e decolagens em qualquer condição meteorológica. Além disso, tem um custo elevado, de cerca de R$ 15 milhões.

A solução pode estar em um sistema diferente, que opera através de navegação via satélite. O RNP (Required Navigation Performance, ou Requisito de Desempenho de Navegação) funciona dentro das aeronaves, e não necessita da instalação de equipamentos em solo.

O primeiro exemplar, ainda em teste no Brasil, está sendo testado no Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro.  

Ampliação pode iniciar em 2013

A falta de espaço para instalação de equipamentos em Navegantes pode estar mais próxima de ser resolvida. A Infraero pretende retomar um convênio com o município para finalizar a indenização dos imóveis que estão na área de interesse do aeroporto. Ainda faltam ser efetuadas 30% das desapropriações.

_ Até o final do ano queremos ter todo o levantamento topográfico e avaliação. Se estiver tudo certo, passaremos para a fase de licitação dos projetos e estudo de impacto ambiental _ diz Marco Antônio Zenni, superintendente do Aeroporto de Navegantes.

Segundo ele, há possibilidade de Navegantes ser incluída no plano de fomento da aviação regional, capitaneado pelo governo federal. Se isto ocorrer, diz Zenni, o prazo para que um novo terminal e uma nova pista estejam prontos, que inicialmente era de sete anos, será reduzido.

A necessidade de ampliação se explica pelo aumento na movimentação do aeroporto. Desde 2003, o número de aviões que passarram pelo aeroporto de Navegantes subiu de 8,7 para 21,6 mil _ um acréscimo de 150%.

Meteorologia prevê mais nevoeiro esta semana

A previsão de um início de semana com temperaturas mais baixas do que a que passou pode trazer, novamente, os nevoeiros para a região. A diferença é que, desta vez, a névoa não virá do mar, mas da terra.

Responsável pelo Laboratório de Climatologia da Univali, o professor Sergey Alex de Araújo explica que o nevoeiro se forma quando o ar atmosférico encontra uma superfície de temperatura diferente.

Na semana passada, a atmosfera, mais fria, encontrou o mar numa temperatura mais alta. Esta semana, deve ocorrer o contrário: uma atmosfera mais quente encontrará a terra mais fria, devido à queda na temperatura que é esperada para os próximos dias.

_ É como soprar numa janela. O ar quente encontra o frio, e se condensa. É assim que se forma o nevoeiro _ diz Araújo.

Segundo ele, a posição geográfica de Itajaí e Navegantes favorece a formação e a permanência da névoa. As cidades estão cercadas por morros e recebem uma grande carga de umidade vinda dos rios e do mar que cortam a região.

A propensão a registrar nevoeiros, porém, não chega a ser impedimento para as operações de um aeroporto, segundo o superintendente da Infraero em Navegantes, Marco Aurélio Zenni:

_ Muitos outros aeroportos também fecham por intempéries. Os locais para instalação são alvo de uma série de testes feitos pela Aeronáutica, de clima, temperatura, direção de vento. A proximidade com o litoral é um ponto forte em termos de operação.


Fonte : clicRBS

2 comentários:

joseluizdacosta@bol.com.br disse...

Passe para mim Navegantes que instalo o ILS Cat-III. Este povo não o cérebro.

joseluizdacosta@bol.com.br disse...

Repito. Este povo não tem cérebro.