No aeroporto de Navegantes, em Santa Catarina, o cancelamento de voos causado pelo avanço da nuvem de cinzas do vulcão chileno Puyehue-Cordón Caulle começou já na noite de quinta-feira e causou transtornos aos passageiros nesta sexta-feira. A empresária Cristina Polli, de 27 anos, foi uma das passageiras que tentaram viajar, mas sem sucesso.
Desde as 19h de quinta, ela tenta embarcar para o Rio. Moradora do município de Bombinhas, a cerca de uma hora de Navegantes, a empresária tinha voo marcado para as 20h de quinta-feira. Ao chegar ao aeroporto, foi avisada pela Gol de que o voo havia sido cancelado e remarcado para 0h30. Horas mais tarde foi informada de novo cancelamento e transferência para um voo para a manhã desta sexta.
- Não deram hotel e, como moro muito distante, tentei passar a noite no carro, que estava no estacionamento do aeroporto. Mas começou a fazer muito frio e não aguentei. Fui até um hotel na beira da rodovia e fiquei lá até amanhecer - contou Cristina.
Até as 11h50 desta sexta-feira, a empresária aguardava a autorização de embarque no saguão do aeroporto. A maior parte dos voos desta manhã em Navegantes foi cancelada por causa da fuligem dissipada pelo vulcão chileno Puyehue-Cordón Caulle.
A dona de casa Zélia Cirme Corrêa, de 74 anos, chegou ao aeroporto às 7h desta sexta-feira para viajar a São Paulo. O voo dela, marcado para as 8h50, estava entre os cancelados. A idosa só conseguiu vaga em um voo das 18h30. Ou seja, vai passar mais de dez horas no aeroporto.
- Eu nunca passei por isso. Tentei lugar num dos voos mais cedo, mas disseram que estavam lotados. O jeito é ficar aqui, porque daqui até minha casa é mais ou menos uma hora - disse Zélia, que vive em Blumenau e planeja visitar o filho na capital paulista.
A projetista Jozelly Ferreira dos Santos, de 25 anos, estava com passagem marcada no mesmo voo de Zélia, mas teve mais sorte:
- Me colocaram para o voo das 12h20. Agora é torcer para não atrasar muito - afirmou ela, que, até o meio-dia, ainda aguardava na sala de embarque notícias sobre o horário da viagem.
A professora Valdenir Trevisan, de 49 anos, contou que só conseguiu reagendar seu voo depois de muito insistir com a companhia Azul. O voo das 11h45 para Campinas foi cancelado e ela conseguiu uma vaga quatro horas depois.
- Isso porque fui lá quatro vezes falar com o atendente e acho que ele se cansou de mim e deu um jeitinho. Porque senão ia embarcar só à noite - explicou.
O movimento no aeroporto de Navegantes ainda era intenso por volta das 12h. Muitos voos, embora previstos nos painéis de informação, estavam atrasados.
Fonte: Yahoo! Noticias
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