quinta-feira, 12 de maio de 2011

Aeroporto de Navegantes testa falcão "robotizado"

A superintendência do Aeroporto Internacional Ministro Victor Konder terminou ontem os testes com um falcão robotizado. A réplica da ave tem a função de espantar pássaros que colocam em risco as operações de pouso e decolagem. É a primeira vez que o falcão robô é usado no Sul do Brasil.

Normalmente, o trabalho de afastar as aves dos aeroportos é feito com predadores de carne e osso, como gaviões. Colocá-los na função, entretanto, requer licenças ambientais que podem demorar até seis meses para ser expedidas.

A opção pela ave robô em Navegantes foi em função da urgência: de janeiro a abril foram registradas 25 colisões com aves. Em todo o ano de 2010 foram 28. Os acidentes envolveram quero-queros, corujas, marrecas e gaviões.

O biólogo Gustavo Trainini explica que as aves se aproximam dos aeroportos porque encontram gramado, que atrai pequenas presas, e vigilância constante, o que evita a caça.

– Os números de Navegantes inspiram cuidados, especialmente pela posição geográfica do aeroporto, próximo ao rio e ao mar, ambientes em que as aves se proliferam – afirma.

Técnico da empresa Hayabusa, responsável pelo trabalho com o falcão robô, Trainini passou 60 dias estudando o comportamento das aves do entorno do aeroporto antes de começar os testes, que duraram 10 dias. O biólogo conta que o robô, feito em parceria entre universidades da Espanha e da Itália, imita a silhueta de um pássaro grande, o que afasta aves menores – elas aprendem que há um predador no local e se afastam.

Os resultados, conforme Trainini, foram positivos. A superintendência do aeroporto aguarda um relatório do biólogo para saber se será preciso repetir a atividade. Também será feito um monitoramento para acompanhar uma possível volta das aves.

– O pouso e a decolagem são as fases mais perigosas de um voo, e é justo quando a aeronave entra na rota dos pássaros. Com a baixa altura e a velocidade, qualquer obstáculo pode comprometer a segurança – explica o piloto de aviões e helicópteros Luís Antônio Ribeiro Latorre.

Segundo ele, no caso dos aviões, o pássaro pode ser sugado para dentro de uma das turbinas e provocar estragos na estrutura. O comandante precisa desligar o equipamento e voar com só uma das turbinas. No caso dos helicópteros, as aves podem atingir as hélices e desestabilizar a aeronave.

Fonte: clicRBS

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